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MALÁRIA: MEDIDAS DE PREVENÇÃO

Abril 10, 2019

A malária é uma doença infecciosa causada por um parasita unicelular (protozoário) do género Plasmodium (P). Existem quatro espécies de Plasmodium que transmitem malária em humanos: P. falciparum, P. vivax, P. ovale e P. malariae. As duas primeiras espécies causam a maior parte dos casos de malária humana. O P. falciparum é responsável pela maior parte de casos graves e mortalidade por malária.

Diagnóstico

O diagnóstico da malária deve ser feito em qualquer doente que apresente uma síndrome febril aguda (suspeita) com um resultado positivo no teste de diagnóstico rápido (TDR), ou presença de Plasmodium no esfregaço de sangue.

Modo de transmissão

A doença é transmitida de uma pessoa para outra através da picada de mosquitos do género Anopheles (An.).

Manifestações clínicas:

Para o efeito das normas do MISAU, a malária é classificada em termos clínicos  em malária não complicada e malária complicada.

MALÁRIA NÃO COMPLICADA

Malária sintomática sem sinais de gravidade ou evidência (clínica ou laboratorial) de disfunção de órgão vital. Os sinais e sintomas de uma malária não complicada são inespecíficos: Cefaleias, cansaço, dores articulares, mialgias, desconforto abdominal, mal-estar geral, febre temperatura axilar ≥ 37.5˚C) ou história de febre, arrepios de frio, sudorese, anorexia, vómitos e/ou diarreia e agravamento do mal-estar. Em crianças é frequente observar-se anemia (palidez na palma das mãos) com Hgb<8 g/dl e tosse.

A febre, a cefaléia e as mialgias são os sintomas mais frequentes da malária não complicada em zonas de alta transmissão como é o caso de Moçambique.

MALÁRIA GRAVE /COMPLICADA

Definição: Num doente com parasitémia (formas assexuadas) por P. falciparum e sem outra causa óbvia para os sintomas, a presença de um ou mais dos seguintes achados clínicos ou laboratoriais, classifica o doente como sofrendo da malária complicada/grave:

Prostração, alteração da consciência coma, incapacidade de se alimentar, respiração profunda, dificuldade respiratória (respiração acidótica), convulsões repetidas, colapso circulatório ou choque, edema pulmonar, hemorragia espontânea anormal, icterícia clínica e evidência de disfunção de outro órgão vital, hemoglobinúria, anemia grave, hiperpirexia (temperatura axilar ≥ 39.5˚C), insuficiência renal.

Avaliação clínica e tratamento do paciente

http://localhost/2019/03/malaria-diagnostico-e-tratamento/

PREVENÇÃO

  • Mudança de comportamento quanto a higiene e saneamento de meio ambiente.
  • Uso da rede mosquiteira tratada com insecticida.
  • Pulverização das casas, incluindo o quintal, por forma de eliminar os mosquitos transmissores da doença.
  • A eliminação das águas estagnadas, é onde se desenvolve o mosquito, elimina as larvas do mosquito e impede o seu desenvolvimento

Promovendo as medidas preventivas

Mensagens para a Comunidade

O técnico de saúde deve promover o aumento de conhecimentos das famílias e comunidades sobre a malária, o modo de transmissão e a compreensão de que o mosquito é o único vector da malária, e portanto a importância da adopção das medidas de prevenção da malária, como o uso correcto e consistentemente a rede mosquiteira tratada com insecticida de longa duração, a colaboração com os rociadores para pulverizarem as suas casas, e a necessidade de que as mulheres grávidas procurem o Tratamento Intermitente Presuntivo (TIP) nos serviços de Consulta Pré – Natal.

Igualmente importante é que seja promovida a procura atempada dos cuidados de saúde na Unidade Sanitária para diagnóstico e tratamento em caso de sinais e sintomas de malária.

Uso correcto e conservação da rede mosquiteira

Na altura da distribuição de redes mosquiteiras deve disseminar mensagens sobre a necessidade de evitar o mau uso das mesmas nas machambas ou para a pesca e como utilizar de forma correcta, principalmente para proteção das crianças menores de cinco anos e das mulheres grávidas.

  • As redes mosquiteiras são tratadas com insecticida cuja duração é de 4 anos.
  • Explique que a rede mosquiteira deve ser lavada com cuidado para evitar que se rasgue e não mais de 6 vezes por ano. Deve-se cuidar bem da rede e usá-la somente para proteger as crianças e a família contra a malária e não para pescar ou para proteger a machamba das galinhas.

  • Faça a demostração de como instalar a rede mosquiteira.
  • Os períodos chuvosos favorecem a proliferação de mosquitos e portanto as medidas preventivas devem ser aplicadas com maior rigor neste período.
  • Explique as pessoas que devem seguir as instruções dadas pelas equipas de pulverização.

Limpeza da casa e do quintal

  • Os mosquitos se reproduzem nas águas paradas, por isso, elimine as colecções de água, poças.
  • Elimine também todos os sítios onde a água se acumula como latas, garrafas, pneus, entre outros.

Referências

  • MISAU/Direcção Nacional de Saúde Pública/Programa Nacional de Controlo da Malária; Normas de Tratamento da Malária em Moçambique – 3ª. Edição. Maputo, Moçambique. 2017.
  • INGC & UNICEF; Guião para Activistas em Situação de Emergência. 2ª Edição. 2013.
  • Deutsche Welle/ Made for minds; Malária. 2019 (Video).
  • Play Audiovisuais/ Jorge Marques Ribeiro; O Tembo sabe como prevenir a Malária (Vídeo).

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